De prática pouco conhecida, o aikido começa lentamente a se firmar como a arte marcial do 3º milênio, devido ao fato de que é muito mais do que uma arte marcial, vez que é eficiente não apenas como sistema de defesa pessoal, mas como ferramenta para tornar o praticante uma pessoa melhor como indivíduo ( pai, mãe, marido, irmão, filho), profissional e nas relações interpessoais (namoro, amizade, entrevistas de emprego, liderança, etc)
Nesse processo, o aikido tem na sua estrutura um conjunto integrado de exercícios, formas e métodos (Riai), que permitem apreender os princípios, estratégias, táticas e técnicas desta intrincada arte marcial :
Os kihons de jo e bokken também são chamados de suburi
Kihon - em que se preconizam reações motoras coordenadas entre o tori e uke, com ataques e defesas pré estabelecidas e aquisição dos princípios táctico-técnicos fundamentais. O objetivo do kihon é conseguir:
- A destreza necessária para contra-atacar proporcionalmente , usando as técnicas básicas. Há momentos em que se deve ser suave, outros, a defesa deve ser poderosa. e, em último caso...a defesa deve ser destruidora;
- Aprender como fazer uso de fixar o maai, isto é, a distância a que um ataque pode ser efetuado e em que de uma defesa pode ser realizada;
- Desenvolver a reação correta, instantaneamente, tornando-a quase um reflexo;
- Adquirir o sentido de oportunidade (timing) na defesa, que vem através dos movimentos totais do oponente, esperando até o momento correto ( shikaku) e defende-lo, contra-atacando na velocidade adequada;
- Desenvolver o equilibrio entre o atemi (golpe traumático) e a energia aiki.
Kata- Em alguns estilos, kihon e kata são sinônimos. Em outros o kata seria um kihon um pouco mais elaborado, com mais movimentos e encadeamentos (henka-waza). Uma "luta " simulada ou contra um adversário imaginário ou com um uke (atacante) real;
Jiu waza - com ataques e defesas não programados, cujo objetivo é a motivação de reações instintivas, proporcionais e fluidas (ki-no-nagare);
Marcin Velinov - 5º dan
Em níveis mais avançados, o randori pode ser feito com armas.
Randori - Frequentemente confundido com o jiu-waza, literalmente randori quer dizer "chuva de defesas". é um exercício com diversos atacantes em simultâneo onde se desenvolvem capacidades de ação e reação num quadro de grande dinamismo e complexidade. A importância das kihons e do kata no randori é decisiva. Se as técnicas não são usadas com naturalidade mas sim de uma forma forçada, a posição e a forma não serão corretas e não poderá se esperar grande perfeccionismo no randori. O melhoramento do randori depende do progresso em kihon, pois estão juntos como a mão e o braço. Dar mais importância a um e expensas a outro é sempre um erro.
É importante se ter em mente que no aikido, o randori não é um combate, mas um exercício onde o nague estuda dinamicamente ( e com segurança) os princípios do combate: distancia, visualização e/ou criação de aberturas e oportunidades , movimentação, respiração, energia e técnica.
Suburis - exercício onde se desenvolvem capacidades motoras com armas bokken (sabre de madeira), jo (bastão de madeira com 1,28cm), tanto (punhal). O praticante (sem enfrentar parceiro algum) estuda a forma correta de empunhar e movimentar a arma;
Kumitachi - São os kihons ou katas executados com katana (sabre) estudados por 2 pessoas simultaneamente;
Existem kata que se praticam sozinhos e kata que se praticam com 2 estudantes
Tachi dori - desenvolvimento de técnicas onde o nague se defende de um uke ( atacante) armado
Tanren uchi - execução de ataques em makiwara. No aikido normalmente se utiliza com armas, para aperfeiçoar potência e precisão do golpe.
Todos os Riai podem ser praticados em 3 posições básicas: suwari waza (os 2 praticantes de joelhos), hamni handachi waza (o defensor de joelhos e o atacante de pé) e tate waza ( dois praticantes de pé).
Vamos treinar !
Manoel FELIPE M de Albuquerque |
Imagens: Divulgação
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