Essa é uma historinha bem humorada, que retrata uma das duras realidades que vivemos no mundo de hoje. Tem a ver com responsabilidades, com projetos de vida, com sonhos. Onde quer que a encaixemos, pode-se tirar uma boa lição. A autoria é desconhecida, mas parece fazer parte do folclore inglês.
Uma galinha achou alguns grãos de trigo e disse a seus vizinhos:
- Se plantarmos este trigo, teremos pão para comer. Alguém quer me ajudar a plantá-lo?
- Eu não - disse a vaca.
- Nem eu - emendou o pato.
- Eu também não - falou o porco.
- Então eu mesma planto - disse a galinha vermelha. E assim o fez.
O trigo cresceu alto e amadureceu em grãos dourados.
- Quem vai me ajudar a colher o trigo? - quis saber a galinha.
- Não faz parte de minhas funções - disse o porco.
- Eu me arriscaria a perder o seguro-desemprego - exclamou o pato!
- Então eu mesma colho - falou a galinha, e colheu o trigo ela mesma.
Finalmente, chegou a hora de preparar o pão.
- Quem vai me ajudar a assar o pão? - indagou a galinha vermelha.
- Só se me pagarem hora extra - falou a vaca.
- Eu não posso pôr em risco meu auxílio-doença - emendou o pato.
- Eu fugi da escola e nunca aprendi a fazer pão - disse o porco.
Ela então assou cinco pães e pôs todos numa cesta para que os vizinhos pudessem ver. De repente, todo mundo queria pão, e exigia um pedaço. Mas a galinha simplesmente disse:
- Não! Eu vou comer os cinco pães, sozinha.
- Lucros excessivos! - gritou a vaca.
- Sanguessuga capitalista! - exclamou o pato.
- Eu exijo direitos iguais! - bradou o ganso.
O porco, esse só grunhiu.
Eles pintaram faixas e cartazes dizendo "Injustiça" e marcharam em protesto contra a galinha. Quando um agente do governo chegou, disse à galinha:
- Você não pode ser assim egoísta.
- Mas eu ganhei esse pão com meu próprio suor - defendeu-se a galinha.
- Exatamente - disse o funcionário do governo.
- Essa é a beleza da livre empresa. Qualquer um aqui na fazenda pode ganhar o quanto quiser. Mas sob nossas modernas regulamentações governamentais, os trabalhadores mais produtivos têm que dividir o produto de seu trabalho com os que não são produtivos.
E todos (??) viveram felizes para sempre...
Mas os vizinhos sempre se perguntavam por que a galinha nunca mais fez um pão e por que a fazenda faliu.
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Agora eu mesmo parei para pensar sobre essa história e perguntar a mim mesmo se já fui alguma vez um dos amigos da Galinha Ruiva! E até que ponto somos responsáveis pela falência da nossa fazenda...Abraços a todos
Felipe
Imagens: Divulgação
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