quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Sobre a Criatividade e a Inovação


São palavras parecidas e frequentemente utilizadas na resolução de problemas, mas não necessariamente sinônimas. Existem criativos que não são inovadores, inovadores que não são criativos e há os que conseguem ser inovadores e criativos. Vamos explicar melhor?


A criatividade - característica mor do povo brasileiro - diz respeito a criar algo novo, inventar (como o nosso Santo Dumont). Já a inovação é capacidade de fazer algo novo ou de realizar algo antigo de forma nova. Por exemplo, o povo japonês é inovador: aperfeiçoou relógio, criando o relógio digital; aperfeiçoou a moto, criando o jet ski e por aí vai.

Neste contexto, vemos frequentemente que profissionais podem se valer destas 2 ferramentas, se as empregarem corretamente. Por exemplo, Steve Jobs, um cara muito criativo, inventou uma série de apetrechos tecnológicos que geraram grande fonte de riqueza. Mas, já imaginou se ele tivesse criado um descascador de banana? Quem iria comprar? E pra quê?


A inovação segue linha semelhante. Um exemplo disso é o pessoal de grandes redes de franquias. As redes de pizzaria- por exemplo – não inventaram a pizza. Apenas aperfeiçoaram a forma de 
disponibilizem ao cliente (cartão de crédito/debito, delivery, oferta pela internet, promoções, etc) o produto que ofertam. Um outro exemplo são as enciclopédias. As editoras que continuaram insistindo no modelo de papel, logo perderam terreno para empresas que inovaram, se adaptaram e investiram nas bibliotecas digitais em CD-ROM e DVD.


E o que estimula a inovação? A possibilidade de atingir de forma mais eficiente o seu alvo, seja ele um relacionamento, um trabalho científico ou um cliente. Em termos de aikido, é quando você tenta aplicar uma técnica e por algum motivo ela não dá o resultado esperado. Ao invés de ficar insistindo na mesma técnica, você faz henka-waza e muda para outra. Isto é inovar, é ser flexível. E, diferentemente do que se fala por aí, a inovação pode ser aprendida, pode ser treinada e pode ser desenvolvida.

Uma outra abordagem do ponto de vista físico é a diferença entre flexibilidade e elasticidade. O elástico é aquele que consegue alongar-se ao máximo com facilidade (por exemplo abrir escala, fazer um spaccato ou até mesmo um contorcionismo qualquer) e, sendo assim tem menos possibilidades de sofrer lesões e outras adversidades provocadas pelo envelhecimento. Já o flexível consegue se adaptar a uma situação ou a um adversário e transformar o ataque do adversário em uma vantagem para si. Existem elásticos que são flexíveis e elásticos que não são o são. E vice-versa.


No último exame do MAK, realizado na cidade de Arapiraca (AL) isso ficou bem evidenciado. Uma de nossas colegas, estudou para prestar o exame de 5º kyu. Entretanto, no decorrer da aula (anterior ao seu teste), mostrou-se tão flexível, adaptando-se bem a novos ensinamentos que lhe foi dada a 
chance de prestar o teste para uma classe mais adiantada (4º kyu). E foi aprovada com louvor! Também houve outros exames onde a técnica apresentada não era a esperada pelo examinador. Ao se mostrar o modelo correto, o aluno mostrou flexibilidade e incorporou a técnica esperada de forma satisfatória. Isso mostrou claramente ao examinador que o problema não era de incapacidade do aluno, mas de orientação inadequada ou mesmo falta de orientação. E a promoção foi conseguida!


Aracaju, dezembro/2011

Manoel Felipe M de Albuquerque
Instrutor de Aikido MAK e Dokuritsu ( 1º kyu)
Imagens: divulgação

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