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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

POSTURA: ENFRENTANDO PROBLEMAS E DRAGÕES


Qual a melhor forma de enfrentar esse problema? 


Os gramáticos que me desculpem mas… Problema é problema! Não importa se pessoal, profissional, emocional ou financeiro… Problema é problema! Demanda energia, às vezes tira o sono, a calma, a sobriedade e às vezes cresce como uma bola de neve. Tem que ser resolvido!

Existem basicamente 3 formas de resolver problemas:

  1. Hard Work (trabalho duro, trabalho pesado);

  2. Smart Work ( trabalho inteligente); e

  3. Sacrificar virgens

O trabalho duro se assemelha a um lenhador com seu machado: gasta uma quantidade enorme de energia (é exaustivo), exige muito do corpo, pouco da mente e consome muito tempo pra dar algum resultado. E você não tem certeza se conseguiu ou se conseguirá o efeito desejado. O maior exemplo disso é a forma como somos educados: faça seu trabalho, dê duro e um dia será recompensado por isso. Essa turma se sacrifica, mas por um objetivo claro. E talvez consiga algum resultado. Se um dragão cuspidor de fogo invadir uma vila, esse cara vai juntar uma turma para enfrentá-lo. Muitos dessa turma vão morrer ou ficar mutilados, mas é bem possível que consigam matar o monstro.

Já o trabalho inteligente se parece com um arqueiro: é bem preparado, preciso, gasta pouca energia, se adapta bem às mudanças, entende bem o sistema, é criativo e normalmente tem bons resultados. Se a vila dele for atacada pelo dragão, ele vai estudar a fera, subir numa árvore e - de uma distância bem segura – disparar uma flecha certeira nos pontos vulneráveis da fera. Menos esforço, menos danos, menos riscos e com uma recompensa maior.




Os que sacrificam virgens são aqueles optam por se martirizar, mas sem nenhum resultado prático que ajude a resolver a situação. Essa categoria, talvez por sentimento de culpa, talvez por se sentir perdida ou quem sabe mesmo por uma questão de fé, acredita que se um problema existe, o melhor é fugir e se autoflagelar, num processo de auto sabotagem. Se o dragão cuspidor de fogo atacar a vila dele, o rapaz vai oferecer uma virgem ao bicho. Nesse processo, ele privou pais do convívio com sua filha, impediu-a de ter uma vida normal e no outro dia...o dragão ainda vai estar lá, faminto novamente e ansioso por devorar outra virgem. Talvez até não se contente só com uma virgem, queira duas. Talvez três. E aí? Adiantou?

Nem todo mundo pode fazer smart work. Talvez não tenha as armas, os meios ou preparo necessário para realizar a tarefa. Aí o jeito é apelar pro hard work mesmo. Mas pensar que sacrificar uma virgem vai resolver o problema...



HARD WORK IS SMART WORK!

Aracaju, 03/08/2017.

Felipe Albuquerque
Médico Veterinário, artista marcial e brigadista de incendio.


IMAGENS:

sábado, 22 de julho de 2017

EU SOU UM CAMPEÃO!

A Humildade constitui a base da honra, assim como o nível do chão constitui a base de uma elevação.

(Bruce Lee)






REFERENCIAS:

sábado, 15 de julho de 2017

ATEMI é o objetivo do Aikido?

O artigo de hoje foi postado no blog AIKI PRO ( vejo o texto original aqui) em 02/09/2016. O autor é 4º Dan de Aikido e leciona no município de Camburiú (SC). O texto apresenta uma visão interessante de um tema polêmico entre os praticantes do Caminho da Harmonia: o uso do atemi ( golpe traumático). Longe de pretender ser definitivo, expõe de forma clara o pensamento da maioria dos aikidokas tradicionais, aonde deve-se executar a ténica com postura e timming ideais para se desferir o atemi. Desferir - ou não- é uma escolha sua. Optamos por colocar imagens diferentes do post original.

Boa leitura!

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Atemi é o objetivo do Aikido?


Sempre se fala sobre o Atemi como peça chave na execução das técnicas de Aikido e algumas declarações nos fazem refletir sobre este ponto.

Na entrevista de Hayato Osawa Shihan para Michel Thai em 2010 este assunto aparece de forma sutil com a seguinte declaração de Osawa Sensei: “Without atemi, Aikido is not plausible", ou seja, sem o Atemi, o Aikido não é plausível. Utilizando também a declaração clássica do livro de Gozo Shioda, onde ele dizia que Ueshiba considerava o Aikido como 70% atemi e 30% arresso, nós temos aqui um tema que pode gerar dúvidas e questionamentos:

Será mesmo o Atemi o objetivo final do Aikido? Se dependemos tanto do Atemi, será que não deveríamos treinar mais socos?

A questão do Atemi pode nos abrir duas hipóteses para reflexão:

A primeira é que, ao reduzir a eficiência do Aikido apenas na aplicação do Atemi, estamos menosprezando o rico repertório de chaves e imobilizações, que constituem uma importante parte do Aikido clássico. As “chaves e imobilizações” do Aikido realmente funcionam como defesa pessoal básica e são extremamente uteis no trabalho policial. Naturalmente este trabalho mecânico possui um limite, onde sua porcentagem de sucesso pode diminuir entre dois especialistas de Aikido por exemplo, que por conhecer as técnicas são capazes de anular sua eficiência utilizando o corpo de forma a impedir a sua execução, ou até mesmo quando existe uma diferença de peso e força muito grande entre duas pessoas as “chaves e imobilizações” começam a exigir uma aplicação muito avançada e sutil, o que também diminuem suas chances de sucesso. Da mesma forma, a aplicação destas mesmas técnicas contra praticantes de outras artes marciais, que se utilizam de sistemas mecânicos semelhantes, tem suas chances diminuídas por uma possível leitura da técnica, onde estratégias e bloqueios contra as “chaves e imobilizações” do nosso repertório são possíveis.
Sem o fator surpresa as técnicas do repertório de “chaves e imobilizações” diminuem suas chances de serem aplicadas com sucesso, porém de uma forma geral são inegáveis seus resultados como um sistema de defesa pessoal eficiente e um conjunto de técnicas para o uso policial.
O autor do artigo em ação

A segunda hipótese é pensar que para trabalhar o Atemi do Aikido teríamos que incluir treinos regulares de soco. Não é exatamente por ai. No mesmo livro em que o Sensei Gozo Shioda fala sobre a importância do Atemi ele também diz que isso esta relacionado a puro Timing, onde o mais importante é desferir o Atemi assim que percebemos que o oponente esta prestes a se mover. Perece estar muito mais ligado ao conceito de Irimi do que uma troca de socos. O conceito de entrar sobre o ataque nos protegendo, com possibilidades de atingir o alvo utilizando os braços como uma extensão da postura e não em uma atitude de desferir um soco. A potência do Atemi vem do Tai Sabaki, de um bom trabalho de pernas e da antecipação para encontrar o oponente no caminho. É um contra ataque. Um ataque dentro do ataque do oponente. É claro que isso envolve um risco e justamente por isso a sua realização com sucesso é cheio de potência, que pode inclusive nocautear o agressor. Nas minhas pesquisas um dia escutei de um professor experiente, já com o 7º Dan, que todas as técnicas do Aikido funcionam, basta deixar o seu oponente inconsciente primeiro . Brincadeiras a parte, em um nível avançado, o Aikido gera ao praticante através da repetição das técnicas clássicas, duas habilidades fundamentais para um combate, que é Irimi (entrar sobre o ataque) e Tenkan (esquivar, girar sobre o ataque). Dominando estes dois conceitos a aplicação do Atemi no formato do Aikido ganha mais credibilidade.

Hoje ao ver Osawa Shihan nos vídeos é possível notar claramente que ele tem um timing fora de série para utilizar o Atemi. Por mais que você veja Irimi Nage, Kokyu Nage, Shiho Nage nas suas demonstrações, o que impressiona é o timming onde ele faz a sua conexão com o seu Uke.
Osawa Hayato Shihan ( 2016)

Da mesma forma eu vejo meus estudos com o professor Bruno Gonzalez, que mesmo possuindo um trabalho mecânico de “chaves e imobilizações” fora do comum, ele mantém toda a sua construção técnica sobre o risco do Atemi. Da marcação da distancia correta e da identificação do perigo eminente do Atemi, as técnicas clássicas ganham espaço e oferecem soluções marciais com credibilidade. Observando o trabalho do Sensei Bruno parece que o limite mecânico das técnicas de “chaves e imobilizações” são expandidos por uma atitude marcial afiada com a presença do perigo real do Atemi o tempo todo, onde esta ambiguidade apresenta uma sensação de incerteza e hesitação para o oponente, diminuindo suas chances de bloquear ou impedir a aplicação de uma técnica e proporcionalmente aumentando as chances de sucesso do trabalho mecânico com “chaves e imobilizações”. Ao treinar com o Sensei Bruno primeiro trate de cuidar bem da sua distancia, dos seus contatos, pois você vai perceber rapidamente que precisa primeiro ficar longe do seu Atemi.

Bruno Gonzalez Sensei (2017)


De uma forma geral a pratica avançada do Aikido esta relacionada ao Atemi e sem dúvida é um habilidade que devemos construir com o nosso desenvolvimento técnico, porém a eficiência do Aikido, assim como em qualquer arte marcial, não pode ser construída em apenas uma técnica e sim no desenvolvimento da atitude correta diante do conflito, uma avaliação adequada da distância para execução de uma estratégia e uma visão clara para perceber as oportunidades para a execução da técnica mais adequada para cada situação.

Bons treinos!
Mário Tetto 4º Dan
Fepai Federação Paulista de Aikido
Instituto Sul Americano de Aikido




Imagens: 

sábado, 1 de julho de 2017

FURITAMA: ele serve pra alguma coisa ?



FUNATORI - FURUTAMA

Esse exercício serve pra alguma coisa ? 


Dando sequencia ao artigo sobre o FUNAKOGUI UNDO (leia o artigo aqui), vamos falar um pouco sobre o exercício chamado de FUNATORI, também chamado de FURITAMA ou mesmo - se quisermos ser mais formais- FURITAMA NO GYU.


FURITAMA NO GYO ou simplesmente FURITAMA  é um dos oito "GYO" (métodos austeros de treinamento) de MISOGI-NO-GYO(métodos de treinamento  de purificação espiritual), como ensinado por O-Sensei. Muitas pessoas usam o MISOGI como uma prática espiritual. Embora exista esse aspecto, isso é apenas uma parte tangencial do quadro geral. 


Geralmente, FURITAMA-NO-GYO é praticado para aquecer o corpo antes de MISOGI ou depois do FUNAKOGUI UNDO. Esta é uma prática diária, e Abe Sensei recomendava fazer quatro vezes por dia (manhã cedo, tarde da manhã, início da tarde e final da tarde - geralmente, não à noite).




Apesar de praticarem há algum tempo, talvez alguns estudantes de aikido não o realizam adequadamente. Eu próprio - mesmo depois da faixa preta- desconhecia o método. Por que? Eu nunca dei a devida importância a este exercício. Nunca procurei saber mais sobre ele" Assim, nunca evoluiu nele. Apenas via os outros fazendo e dava a minha interpretação.  Talvez seja interessante descrever o exercício:


Depois de fazer o FUNAKONGI-UNDO (exercício de remo) por um curto período de tempo , normalmente o praticante permanece em pé com os pés na mesma distância dos ombros. Aí se coloca a mão esquerda sobre a direita como se estivesse cobrindo um ovo. Os braços são levantados sobre a cabeça e - em seguida- trazidos para baixo em frente ao TANDEN (centro do corpo) . Nesse momento deve-se  apertar as mãos apenas o suficiente para sentir o movimento vibratório por  todo o corpo. Eu continuo por cinco minutos antes de voltar para a primeira parte do exercício.  

O objetivo de FURITAMA é expulsar o ar residual que fica no fundo dos pulmões após o movimento de inspiração- expiração. Os orientais acreditam que esse volume não pode ser expulso voluntariamente.  Durante a vibração de FURITAMA  o nível do oxigênio no fundo do pulmão é aumentado e o nível do dióxido de carbono é reduzido. Esse processo de vibração melhora a concentração de  oxigênio em todo o sangue e aumenta o calor interno do corpo e consequente ampliação dos sentidos de audição e visão. Os poros da pele se fecham. Há relatos (não comprovados) de pessoas que conseguiram derreter neve!


Bons treinos!

Aracaju, 12/06/2017


Família MAK Brasil
Felipe Albuquerque é o primeiro sentado da esquerda para a direita

sábado, 17 de junho de 2017

MISOGUI



O texto de hoje foi publicado originalmente no blog AIKIDO IMPRESSÕES (veja o post original aqui) em 17/022014. O autor é Daniel Daniel Nicolau que é Arquiteto, Servidor Público e na época era faixa-preta 1º Dan (Shodan) da Academia Central de Aikidô de Natal. As imagens não são as do posto original. Boa leitura!
O sensei Daniel Nicolau ministrando uma aula

AIKIDO PARA O DIA A DIA




Nas primeiras aulas de Aikido, recebemos várias explicações básicas sobre o funcionamento dos treinos, técnicas, etiqueta no tatame, entre outras. É natural que, ao longo da permanência do aluno nos treinos, a curiosidade comece a aumentar e que passemos a ler sobre aquilo que aplicamos nas práticas. Sensei fala – Aikido é para o dia-a-dia, exercício para o corpo e disciplina para a mente. Esta frase parece mais um simples jargão clichê que poderia ser aplicado a todas as formas de se exercitar ou mesmo outras artes marciais, mas nos parece que esta máxima é um pouco mais profunda na bela arte do “caminho para a harmonização das energias”.
Para sustentar esta afirmativa lembramos que, dentre muitos princípios que doutrinam a arte aikidoca, há um que nos dias de hoje nos parece um dos mais importantes, inclusive para o aprendizado e desenvolvimento dos outros princípios. Este é chamado Missogui, que significa: “a prática para remover a poluição (Kegare) do corpo, da mente e do espírito (…). Missogui é o primeiro conceito do Xintoísmo esotérico. É o Missogui aquilo que cria espaço dentro do indivíduo para que ele possa entrar em conexão (Mussubi) com o mundo divino.[1]
Abrir espaço para algo dentro de nós nos dias hoje é tarefa muito difícil, principalmente na sociedade ocidental, cada vez mais capitalista, consumista e desumana. E é neste ponto onde encontramos o maior presente que a prática do Aikido oferece. Um bom sensei irá levar o aluno à pratica do missogui no tatame mesmo sem que ele perceba. No entanto, quando o fazemos de forma consciente ele é muito mais proveitoso e eficiente. “Aikido é o exercício de estarmos sendo ensinados pelos Kamisama (divindade), sobre as vibrações da criação universal (tamashii)”.[2] É preciso estar aberto a estes ensinamentos para recebê-los em sua plenitude.
Para entrarmos no estado onde possamos nos harmonizar com a energia universal e ao aprendizado do Aikido, precisamos nos abrir e sermos propensos a receber. É aí que começa o exercício interno verdadeiro.

Exame de Sandan (3º Dan) na Academia Central de Natal em novembro 2006


A prática do Missogui pode ser realizada de diferentes formas e ao longo de todo o dia. Algumas formas são mais ritualísticas, ligadas à religião e outras mais mundanas. Neste texto, não entraremos em detalhes sobre a ritualística Xintô, pois o nosso objetivo é justamente dar uma pincelada no que a segunda prática pode gerar de benefícios ao praticante de Aikido.
A etiqueta cobrada dentro do tatame e a presença do sensei, já nos convidam a doutrinar a mente para fazer uma pausa no nosso dia e descansar das preocupações. A “ritualística” da aula, o respeito pelas explicações e o treino do que é ensinado buscando imitar os movimentos da forma demonstrada nos leva a um estado de concentração que começa a limpar nossa mente de outros pensamentos, problemas, preocupações, etc.. A concentração “forçada” nas técnicas de queda, principalmente quando estamos como Uke, leva a aflorar nosso instinto de autopreservação que acaba por ajudar a retirar de nossa mente pensamentos ruins. Então o Missogui acontece. Começamos a retirar de nós tensões, asperezas e preocupações e, ao fim de um bom treino, começamos a ver tudo de forma diferente, com a mente mais tranquila e o corpo mais relaxado. Somos até capazes de julgar melhor os motivos de nossas apreensões e tomar decisões mais centradas.
Qual a mágica? Não há mágica, há perseverança, disciplina, disposição para o aprendizado e consideração mútua. Para que ocorra uma aula proveitosa que nos permita praticar o Missogui, é preciso que estejamos dispostos a ceder e a se por no lugar do outro enquanto nage, respeitando as condições físicas e mentais dos nossos colegas de treino. É necessário também que quando Uke, estejamos prontos para sermos flexíveis e perceber a condução do nage, condução esta que pode ser encarada como uma analogia para as formas que a vida nos apresenta as mais variadas situações.
De nada servem as correções e as explicações individuais se não houver espaço mental e humildade para recebê-las. A limpeza interna abre espaço para o aprendizado e para os bons sentimentos de todos aqueles que partilham o dojo conosco. Devemos nos sentir gratos pelas oportunidades e por toda a doação que encontramos no sensei e nos colegas de treino.[3]
Concluindo esta exposição, lembro a frase de Kisshomaru Ueshiba parafraseando o Fundador, “a ressonância do corpo deriva da unidade mente-corpo que se harmoniza com a ressonância do universo”[4]Para que esta ressonância seja positiva e possamos nos beneficiar dela, precisamos estar no estado adequado para dar e receber. O Missogui é uma prática que nos leva a purificar-nos e abrirmos espaço para aprender a receber, sabendo conscientemente o que e como. E para nós, este é um grande diferencial da prática do Aikido das demais atividades físicas e artes marciais e um grande exercício para toda vida.
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Referências:
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[1] BULL, Wagner José. Aikido-caminho da sabedoria. A Teoria.Editora Pensamento, São Paulo. Pg 181 e 182.
[2] Idem
[3] SUNADOMARI, Kanshu. A iluminação através do Aikido. Ed. Pensamento. São Paulo 2006. Pg. 107 a 109.
[4] UESHIBA, Kisshomaru. O espírito do aikido. Ed. Cultrix. São Paulo, 1984.
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Colaboração:
www.impressione.wordpress.com

Imagens: Divulgação
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sábado, 3 de junho de 2017

YAMATO DAMASHII (大和魂) - O ESPÍRITO JAPONÊS


Yamato Damashii – O Espírito Japonês

 (Sílvia Kawanami*)


Yamato Damashii [大和魂] é um termo japonês criado há muitos séculos para descrever o “espírito japonês”. “Yamato” faz referência ao antigo nome do Japão e “Damashii” significa “alma” ou “espírito”, referindo-se às qualidades nobres da alma, que no Japão de outrora, eram sinônimo de coragem, lealdade e bravura, características marcantes de um samurai.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a expressão “Yamato Damashii” ganhou uma grande conotação patriótica e nacionalista. O termo foi frequentemente associado aos kamikazes, pilotos de avião que realizavam ataques suicidas contra aviões, motivados pelo forte sentimento de lealdade ao Imperador.
Com o “militarismo” da Segunda Grande Guerra, a expressão acabou perdendo um pouco da sua essência original e sua estreita relação com a Natureza e o “Bushido” (Código de Conduta dos Samurais). Atualmente, no entanto, essa expressão é bastante associada ao “Budo” (Artes Marciais Japonesas), onde o praticante desenvolve não só habilidades físicas como também espirituais.
O “Yamato Damashii” também pode ser “sentido” nos dias de hoje através do senso de coletividade nata dos japoneses. Essa coisa de todos se unirem em benefício de todos. Com certeza esse é um dos principais fatores que ajudaram o Japão a se reerguer de tantas tragédias como guerras e desastres naturais.



ato de sacrifício de uma minoria em prol da maioria também é considerado um gesto de “Yamato Damashii”. O que dizer do gesto nobre dos voluntários idosos que se ofereceram para trabalhar nas zonas de risco na Usina Nuclear de Fukushima, pelo simples motivo de querer poupar a vida dos mais jovens?
Não é um belo e corajoso gesto de solidariedade e amor ao seu próximo? Quem em sã consciência daria sua vida em troca de outras vidas que nem sequer conhece? Esse tipo de postura é realmente para poucos… bem poucos…
A preocupação com o senso comum aliada ao sentimento de orgulho que os japoneses sentem de sua nação são admiráveis. Na medida certa, ou seja, sem extremismos, esse sentimento patriota é muito positivo e com certeza contribui muito para o desenvolvimento econômico e social de um país.
Por ser algo muito abstrato, é um conceito muitas vezes difícil de ser compreendido, mas a essência de “Yamato Damashii” pode ser comparado ao ar: Não pode ser visto ou tocado, mas é essencial para a vida. Não é somente aprender a cozinhar um prato étnico e sim, absorver todo o processo de preparo, incluindo o aroma, o sabor e os costumes associados a ele.
A coragem de reconstruir, a resiliência em momentos críticos e devastadores e a forma como preservam suas tradições são características natas do espírito japonês. Um templo japonês pode ter 700 anos de idade e mesmo que seja reconstruído várias vezes, suas características originais são mantidas.
As raízes e tradições preservadas são alguns dos alicerces que mantem o Japão em pé, apesar de tantas provações. Nos resta saber apenas se as novas gerações nipônicas conseguirão perpetuar esse conceito… Essa é a questão!

*Este texto foi publicado originalmente pela autora no blog Japão em Foco em 03/09/2014. Veja a publicação original aqui. Optamos por manter as imagens originais.

SOBRE A POLIDEZ

A postagem  hoje foi encontrado no site Aikido Rio de Janeiro ( veja o post original aqui) e foi redigido por Inazo NItobe e retirado do livro "A Alma do Japão". O livro foi escrito em 1900 e até hoje é considerado  a melhor explicação sobre o BUSHIDO na língua inglesa, descrevendo muito bem os rigorosos códigos de ética da classe samurai tanto na guerra como na paz. A imagem não faz parte da portagem original. Boa leitura!




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SOBRE A POLIDEZ



"...Eu muito menos considero banal um cerimonial refinado. Pois ele é o resultado de uma longa observação quanto ao método mais apropriado de se alcançar certo resultado. Se há algo a ser feito, há certamente uma melhor maneira de fazê-lo, e a melhor maneira é, ao mesmo tempo, a mais econômica e a mais elegante.
Spencer define a elegância como a maneira mais econômica de se locomover. A Cerimônia do Chá especifica em detalhes como se deve manipular uma tigela, uma colher, etc... Para um iniciante é algo bastante entendiante. Mas, logo se percebe,que a maneira prescrita é a que mais poupa tempo e trabalho. Em outras palavras, a que mais economiza o uso da força. Portanto, segundo a afirmação de Spencer, a mais elegante.
[...] Se realmente é verdade que a elegância significa economia de força, então, como consequência lógica temos que a prática constante de um comportamento elegante deve proporcionar também uma reserva e um armazenamento de força. Boas maneiras então significa poder em repouso."
A "Polidez" segundo Inazo Nitobe
"Bushido, A Alma do Japão"

domingo, 21 de maio de 2017

MITSU NO SEN - AS TRES INICIATIVAS


O texto de hoje foi retirado do blog da Associação do Mestre Martins de Aikido (veja o texto completo aqui). O texto foi retirado do livro Go-no-rin-sho ( O livro dos 5 anéis) e é de autoria do maior espadachin que o Japão já teve: Misamoto Musashi (saiba mais sobre ele aqui). É bastante interessante e mostra forma como os japoneses encaram qq arte marcial, não apenas o aikido ou o kenjutsu. Para Musashi, quem portava uma espada não era um espadachim, mas um estrategista. Quando ele fala em estratégia, pense num combate. Optamos inserir ilustrações diferentes do post original. Boa leitura!

Mitsu no Sen - As Três Iniciativas

O conceito de Mitsu no Sen, que em tradução livre significa "As três iniciativas" ou "Os três métodos de se antecipar ou surpreender o inimigo" foi descrito por Myamoto Musashi em seu livro "Gorin no Sho" (O livro dos cinco anéis), conforme transcrito a seguir:


OS TRÊS MÉTODOS DE SE ANTECIPAR AO INIMIGO

O primeiro é antecipar-se ao inimigo atacando. Isso é chamado Ken No Sen (instigar). Outro método é antecipar-se quando o inimigo atacar. Isso é chamado Tai No Sen (esperar pela iniciativa). O outro método é aquele em que você e o inimigo atacam juntos. Isso é chamado Tai Tai No Sen (acompanhá-lo e antecipar-se a ele). Não existem outros métodos de assumir a liderança a não ser esses três. Uma vez que você pode vencer rapidamente assumindo a liderança, essa é uma das coisas mais importantes na estratégia. Existem vários aspectos envolvidos ao assumir a liderança. Procure tirar o máximo proveito da situação, veja através do espírito do inimigo, de modo a entender a estratégia dele e derrotá-lo, É impossível escrever sobre isso em detalhes.

O PRIMERO MÉTODO — KEN NO SEN (antecipação)
Quando decidir atacar, mantenha a calma e arroje-se rapidamente, antecipando-se ao inimigo. Ou pode avançar aparentemente com força, mas com um espirito reservado, antecipando-se a ele com a reserva. Ou então, avance com o espirito mais forte possível, e quando atingir o inimigo, movimente-se com os pés um pouco mais rápido do que o normal, desequilibrando-o e sobrecarregando-o fortemente.
Ou, com o espírito calmo, ataque com um sentimento de esmagar constantemente o inimigo, do principio ao fim. O espírito é vencer o inimigo completamente.
Esses são todos parte do Ken No Sen.

O SEGUNDO MÉTODO — TAI NO SEN (contra-ataque)
Quando o inimigo atacar, permaneça impassível mas simule fraqueza. Quando o inimigo se aproximar, afaste-se subitamente indicando que pretende saltar para o lado, então avance atacando com violência assim que perceber o inimigo relaxar. Esse é um modo.
Ou, quando o inimigo atacar, ataque mais fortemente, tirando vantagem da desordem resultante no ritmo dele para vencer.
Esse é o princípio Tai No Sen.

O TERCEIRO MÉTODO — TAI TAI NO SEN (ataque simultâneo)
Quando o inimigo fizer um ataque rápido, ataque com força e calmamente, visando o ponto fraco dele quando se aproximar, e derrote-o fortemente. Ou, se o inimigo atacar calmamente, observe os movimentos dele e, com o corpo praticamente flutuando, acompanhe seus movimentos quando ele se aproximar. Mova-se rapidamente e corte-o com força.
Esse é o Tai Tai No Sen.

Esses métodos não podem ser explicados claramente em palavras. Procure pesquisar o que está escrito aqui. Nesses três modos de antecipar-se, é preciso avaliar a situação. Isso não significa que se deva sempre atacar primeiro; mas, se o inimigo atacar primeiro, você pode tornar a liderança dele. Na estratégia, você efetivamente vence quando se antecipa ao inimigo, portanto treine bem para assimilar isso.


O CONCEITO DE MITSU NO SEN TAMBÉM PODE SER DESCRITO POR:


  • GO-NO-SEN - É o "contra-ataque". Espera-se que o adversário inicie o seu ataque e contra ataca-se.
  • TAI-NO-SEN - É o "ataque simultâneo". Quando o adversário inicia o seu ataque é o "aviso" para atacarmos ao mesmo tempo, valendo-nos da estratégia predefinida para subjugarmos o oponente. Esta técnica exige conhecimento da arte que se pratica.
  • SEN-NO-SEN - É a "antecipação". Quando vemos uma abertura na posição do inimigo, atacamos antecipadamente. Esta técnica exige muito conhecimento da arte que se pratica.

O combate está decidido muito antes de começar


Imagens

sábado, 18 de março de 2017

CINCO INIMIGOS. VAI ENCARAR?

Certa vez perguntaram a Jalal ad-Din Muhammad Rumi, mestre espiritual persa do século XII:


  • O que é veneno?

Vixe...
Qualquer coisa além do que precisamos é veneno. 


Pode ser poder, preguiça, comida, ego, ambição, medo, raiva ou o que for.




  • O que é o medo?
Corra o risco, cowboy !
E se der medo...vai com medo mesmo!


É a não aceitação da incerteza. 


Se aceitarmos a incerteza, ela se torna aventura.




  • O que é a inveja?
Imagine um final feliz pra esta história...
Agora, acredite nisso!


É a não aceitação do bem no outro.  


Se aceitarmos o bem, se torna inspiração.





  • O que é raiva?

Fala sério! Vai perder o sono por causa disso?

É a não aceitação do que está além do nosso controle.


Se aceitarmos, se torna tolerância.




  • O que é ódio?

Amor e Ódio caminham muito próximos...

É a não aceitação das pessoas como elas são.


Se as aceitarmos incondicionalmente, então se torna amor.






Imagens:
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