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A triste realidade nua e crua que vivemos na atualidade
A triste realidade
Oss! Alguns matriculam seus filhos em academias de Ju Jutsu brasileiro, Muay Thai ou mesmo de MMA, crendo que ali estarão introduzindo um caminho de valor na vida dos seus filhos. Devo dizer que como na vida nada se deve generalizar, devemos ter cuidado quando escolhemos onde matricular as nossas crianças.
Muito se vendeu de bonitinho e arrumadinho referente as artes que se destacaram nos últimos anos, mas muito mais deve se refletir sobre todo este cenário. Em todos os caminhos marciais existem os violentos e os que não querem ser do bem e não seria diferente nas artes marciais. Em realidade como nem tudo que reluz é ouro assim são as academias de artes marciais e o que lá é ensinado.
Kanji do Budo |
A triste realidade
Quando o Ju Jutsu brasileiro começou a vencer todas as outras artes marciais dentro daquele panorama, juntamente com a apresentação de um sistema marcial esquecido no próprio Judô japonês ou seja, as técnicas de Ne-waza, foi feita uma propaganda extremamente desagradável e desrespeitosa no que diz respeito a ausência do Budo japonês inserido em todos os sistemas japoneses. Dizer que tinham o melhor sistema marcial foi errado, pois os profissionais de ponta de todos os sistemas marciais sabem que essa crença é infundada, pois não há um melhor caminho marcial, mas sim o melhor entendimento do próprio sistema. Sejamos lúcidos, desde então todos os brigões se matricularam em academias de Ju Jutsu e alguns já desde a era Vale Tudo procuraram o Muay Thai que se rivalizava com o Ju Jutsu brasileiro.
Então a mística das artes asiáticas para os olhos desses, havia sido derrubada e não havia necessidade de seguir o Budo encontrado no Judô, no próprio Ju Jutsu quando aqui chegou, Karate-Do, Aikido etc. Tudo aquilo era balela e fruto de filmes de cinema. Então a coisa foi tomando corpo comercialmente e a captação de alunos e interessados num só sistema marcial cresceu como nenhum outro havia crescido no Brasil antes. Até porque a mídia que já tínhamos da década de 90 para cá, era bem mais esmagadora e agressiva do que dos anos 60 e 70 na era Kung Fu e Karatê que por sua vez eram anunciados no cinema.
Gostaria nesta semana de deixar clara uma reflexão bem interessante.
A triste realidade
Será mesmo que neste ambiente moderno das artes marciais, há o mesmo acolhimento que sempre houve em alguns Dojo do passado, onde o fraco e inseguro percebiam que iriam se fortalecer e verdadeiramente aprender a se defender, ou é um espaço onde só se encontra vaidade, estrelismo, pessoas extrovertidas e um adestramento da violência?
Não afirmo que seja isso, mas me pergunto se tudo que o mundo moderno nos trouxe de fato foi o melhor. Hoje devido ao formato do atual MMA filho do Vale Tudo, vemos todo tipo de postura por parte dos profissionais deste ambiente, pois aquele clima de rivalidade entre os lutadores, os lutadores se encarando como no Boxe ao meu ver, não deixa espaço para uma filosofia e Budo.
Aquilo é puro comércio, mas como todo negócio ambicioso onde os interesses capitalistas vão ao extremo, não há espaço para a ética. Com isso não digo que todos sem exceção sejam assim. Temos de todos dali alguns profissionais com uma postura mais agradável, mas ainda assim, penso que as artes marciais estejam sendo vendidas de maneira apenas violenta. Sem contar que por ser um espetáculo, não há ali objetividade, pois os resultados seriam bem diferentes se esse fosse o intuito e foco.
A triste realidade |
A triste realidade
O que tenho certeza é que diante de uma sociedade onde ninguém se vê errado, as crianças são criadas com a maioria de suas vontades feitas não conhecendo algumas a palavra NÃO, a coisa realmente está muito complicada.
A triste realidade
Se você cria seu filho para não levar desaforo para casa, que ele deve ter sempre razão, que ele tem que ser o mais forte dos coleguinhas entre tantas outras coisas erradas, não há então nada de errado no cenário das artes marciais para você. Hoje a filosofia das artes marciais, as religiões, os valores etc. estão todos mexidos e há uma campanha cavernosa contra essas coisas como se tudo que nos trouxesse valores e uma moral fosse negativo para o ser humano.
Tudo que lhe obriga a uma reflexão, te trás um enriquecimento e grandeza moral a qual está sendo vista atualmente como nociva a sociedade por fazer com que as pessoas não sejam felizes de verdade por terem que combater seus maus instintos e tendências. Será mesmo que ser feliz é não seguir regra alguma?
Os antigos Dojo de Karate-Do e Judo por exemplo, sempre deram uma base moral para seus estudantes e profissionais também estudantes. Um Dojo ao modo japonês, o Sensei tem autoridade sobre o aluno ao ponto que alguns japoneses que ainda ensinam aqui no Brasil batem até na cara dos alunos. Estes por sua vez tem total respeito e admiração por esses e nem por isso acham que essa metodologia seja errada e humilhante. Uma coisa é bater no aluno ou mesmo por saber mais que ele, humilha-lo como já vi por aí até em academias de Karatê, outra coisa bem diferente é disciplinar como se fosse um segundo pai.
A triste realidade |
Portanto o que seria verdadeiramente o caminho ideal de ensino dentro das artes marciais, a metodologia moderna das academias de MMA, ou a metodologia dos antigos Dojo japoneses onde o Sensei só repreendia caso o aluno fosse negligente, mas onde havia um embasamento filosófico de jamais usar aquilo gratuitamente para agredir por aí?
Não que nas academias de MMA, Ju Jutsu brasileiro ou de Muay Thai se ensine a violência pura e simplesmente, mas dependendo de quem puxe a aula em qualquer sistema marcial do Karatê, Judô ou MMA, um bom trabalho ou um desastre psicológico pode ocorrer.
E me perdoem, mas entre a metodologia de organização e disciplina japonesa e a brasileira que as vezes nos parece não ter quase nenhuma, prefiro a metodologia nipônica.
Vale a reflexão para esta semana.
Abraços!
Oss!
Sensei Allan Franklin /Colunista Artes Marciais Fight
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