PERSEVERANÇA E A ESTORIA DOS CEGOS E DO ELEFANTE

Pesquisando na net, achamos o site português AIKIDO DEAI do professor Manuel Galrinho, Muito rico, entre outras coisas o site  aborda um texto do  saudoso mestre KOICHI TOHEI. Como todos sabem, este é até hoje  o único homem graduado 10º Dan pelo Aikikai. Bom, ocorre que  em seu livro AIKIDO - ESTUDO COMPLETO, tem um capitulo de regras para iniciantes. O professor Galrinho optou por fazer uma ligeira transcrição sobre a perseverança, a qual achamos bastante pertinente. Nossos agradecimentos ao professor Galrinho por sua excelente contribuição ao aikido.

Perseverança

 Se começar algo deve terminá-lo. Se o que está fazendo é apenas para se divertir não há problema em tocar ao de leve aqui e ali, mas uma vez que encontrou o seu caminho é mau parar a meio. (…)

Qualquer que seja o tema que começa a estudar, acabará sempre por tropeçar com alguma barreira de pedra no caminho. (…)

Segundo o tipo de indivíduo, uns abandonam o aikido ao fim de um mês ou dois, outros abandonam ao fim de seis meses. Quem permanece um ano normalmente continuará mais tempo. As pessoas que abandonam o Aikido ao fim de um mês normalmente dizem que o fazem porque foram incapazes de compreendê-lo com exatidão.

Por maior que seja o sino, se o toca ao de leve o som é fraco. Devemos compreender com toda a precisão que foi o golpe e não um defeito no sino o responsável pelo som.

O mesmo acontece na velha história dos cegos e do elefante. Cada um incapaz de julgar o animal na sua totalidade descrevia-o de acordo com a parte que pessoalmente examinou. Aquele que tocou a pata descreveu-o como uma coluna de grande altura, o que tocou a tromba disse que se tratava de um grande poste de madeira. Individualmente, cada um estava certo, de acordo com a sua experiência pessoal, mas o que descreveram não se parecia absolutamente nada com um elefante.

A menos que consigamos ver o objeto no seu todo, não podemos compreender do que estamos tratando.

Ultimamente algumas pessoas dizem ensinar todos os pontos bons do Judo, Karate e Aikido. Está tudo bem se realmente ensinam os pontos importantes, mas devemos ter em conta que o que apresentam é muito parecido ao elefante descrito pelos cegos. Não se parece em nada com a realidade. (…)

Na nossa disciplina tropeçamos também com diversos problemas. Ficamos um pouco sufocados ou até totalmente cansados. Por vezes uma pessoa pouco voluntariosa e condescendente consigo mesma abandona a prática. De facto (…) se perseverarmos na prática ultrapassaremos facilmente todas estas dificuldades. Uma vez derrubada esta barreira no nosso caminho, a nossa visão se expandirá, as coisas se tornarão mais interessantes e efetuaremos progressos sustentados. Quando chegarmos ao próximo obstáculo estaremos prontos para derrubá-lo e continuar para diante.

Deve considerar cada novo obstáculo no seu caminho de modo otimista, como prova de haver progredido até esse ponto tão difícil.

Como diz um antigo provérbio, só nos aproximamos da verdadeira fé quando a nossa fé se sobrepõe às dúvidas.

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