O texto de hoje foi encontrado no site da Sotai . O autor é um grande especialista em defesa pessoal e segurança privada, graduado em oito modalidades ( Karate, aikido, Kick boxer, Jiu jitsu, Arnis de mano) e instrutor em outros três sistemas. Boa leitura !
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Defesa contra estupro para mulheres
( Ricardo Nakayama)
Sensei Ricardo Nakayama |
Em primeiro lugar, a maioria dos cursos de defesa pessoal trata especificamente das técnicas e do condicionamento físico sem ressaltar a importância do condicionamento emocional para enfrentar a situação de violência.
O marginal escolhe sua vítima através de uma análise entre o risco e o benefício em atacar determinada vítima. Ele observa:
- A maneira com a pessoa se veste, por exemplo, uma mulher de calça jeans apertada levará mais tempo para consumar o estupro do que uma mulher com saia;
- O penteado da pessoa, fica muito mais fácil dominar uma mulher com cabelos compridos ou com rabo de cavalo do que uma mulher com cabelo curto;
- O local e horário da abordagem, preferecialmente vias de pouco movimento em horários com pouca atividade;
- A desatenção da vítima, ou seja, se está conversando em um celular, lendo um livro, etc., ficando mais fácil a abordagem.
- Ele precisa abordar a vítima, neste caso, o elemento surpresa é sua maior arma, já que escolherá o melhor local para isto;
- Imobilizará a vítima, principalmente psicologicamente, para evitar que ela faça uma reação;
- Alcançará o objetivo, ou seja, cometerá o estupro;
- Escala ou desescala a violência, é o momento onde o marginal libera, parte para a violência sexual ou mata a vítima;
- Foge.
Desta forma é importante:
TER ATENÇÃO - evite ocupar as duas primeiras filas
dos semáforos e não se esqueça proteja sempre o lado do condutor do
veículo; 50 a 60 metros antes dos semáforos já reduza a marcha e deixe
os apressados ultrapassarem, procure ainda transitar nessa marcha
reduzida, com o lado do condutor (motorista) bem próximo de outros
veículos que estejam estacionados em via pública, caso não exista local
para estacionamento de tais veículos, ande o mais rente (próximo)
possível do meio-fio (guia), de tal forma o condutor estará evitando que
uma motocicleta emparelhe ao seu lado, o ocupante exiba arma de fogo e
determine a sua parada. A abordagem fica mais difícil quando mudamos
pequenos hábitos. Utilize carros com película de insufilme para
dificultar a percepção das pessoas que estão dentro do carro.
ESTEJA PREPARADA - Não pare para discutir “batidinhas”, principalmente à noite, os ladrões fazem isso de propósito para assaltá-la. Em caso de pneu furado, somente providencie a troca em local seguro, ainda que distante, mantendo portas e vidros fechados, evitando sempre que possível, o auxílio de estranhos.
NUNCA ACEITE CARONAS - mesmo que a pessoa seja conhecida.
CASO SUSPEITE QUE ESTÁ SENDO SEGUIDA, atravesse a rua e entre em algum estabelecimento movimentado para buscar ajuda;
PROCURE SEMPRE CAMINHAR NO CENTRO DA CALÇADA E CONTRA O SENTIDO DO TRÂNSITO. É mais fácil de perceber a aproximação de um veículo suspeito. Caminhando no centro da calçada você estará evitando passar próximo aos portões das casas, muitas destas casas podem estar abandonadas e estar servindo de abrigo para marginais e desocupados que podem puxar a vítima para dentro da casa e molestá-la sexualmente, roubar seus pertences e até mesmo praticar um homicídio.
Alvo fácil |
PROCURE ALTERAR OS TRAJETOS E HORÁRIOS DE CAMINHADAS, utilize um grupo de pessoas, evite caminhar sozinha;
EVITE ACOMPANHAR O MARGINAL, se ele quiser matá-la ou estrupá-la não o fará em público, estará nas mãos de um bandido sem piedade e pior, sozinha.
DIZ UM DITO POPULAR QUE: “O BOM OBSERVADOR É AQUELE QUE OBSERVA SEM SER OBSERVADO”, é o caso típico do criminoso, o qual fica a espreita de suas vítimas, geralmente, onde há pouca circulação de pessoas em via pública e em algumas vezes atua de carro, está bem vestido e surpreende a vítima.
NÃO UTILIZE APARELHOS SONOROS COMO IPOD, DISC-MAN OU WALK-MAN OU CELULAR, pois os sentidos mais apurados do ser humano são a visão e audição constituindo mecanismos preventivos;
SELECIONE CRITERIOSAMENTE AS PESSOAS QUE LHE PRESTAM SERVIÇOS, muitos dos casos de violência relatados são de pessoas que trabalharam determinado tempo com a vítima, conhecendo sua rotina diária. Não descuide das chaves de sua casa/trabalho, para que não “desapareçam” ou façam cópias;
NÃO ATENDA A PORTA SEM VERIFICAR DE QUEM E DO QUE SE TRATA;
MARQUE HORA COM PESSOAS QUE FARÃO SERVIÇOS EM SUA RESIDÊNCIA, procurando nunca estar sozinha nestas situações;
DOSE A BALANÇA ENTRE O CONFORTO E A SEGURANÇA - é muito confortável receber uma pizza em seu apartamento ao invés de buscar na portaria do prédio, porém, o risco de ser atacada também é maior;
EVITE PASSAR INFORMAÇÕES SOBRE AS PESSOAS DA CASA PELO TEFEFONE TAMBÉM ORIENTANDO AOS EMPREGADOS;
NÃO ATENDA A PORTA SEM VERIFICAR DE QUEM E DO QUE SE TRATA, sua empregada acaba de sair de casa, é natural pensar que a pessoa a porta é ela, porém, um marginal pode tê-la abordada e quer entrar em sua residência;
NÃO ECONOMIZE EM SEGURANÇA, deixar o carro na rua e andar algumas quadras para não pagar um estacionamento caro em um evento ou barzinho se achando muito “esperta” é ilusório. Ao sair de madrugada do local, pode ser seguida, roubada, estuprada ou morta;
O MARGINAL PODE NÃO QUERER APENAS SEU DINHEIRO, MAS SIM, SEU CORPO OU SUA VIDA. Muitos dos casos de violência começaram com um roubo, porém, o marginal pode aproveitar que está sozinho com a vítima e mudar sua intenção para cometer uma violência sexual. Outras situações relatadas mostraram surtos psicóticos que levaram o marginal a matar a vítima;
Aprenda a dizer : NÃO ! |
DENUNCIE A VIOLÊNCIA EM SUA PRÓPRIA CASA. Aceitar passivamente que seu companheiro a agrida e não relatar a agressão é muito comum.
· 89% das agressões contra a mulher ocorre dentro da própria família ou pessoas do seu convívio diário.· As mulheres que sofrem violência são de todas as raças e classes sociais.
· Somente 1/3 da violência contra a mulher é denunciado.
A vítima evita relatar a agressão com medo:
· Da vergonha que ira passar frente a seus amigos, familiares e em
sua comunidade. Muitas mulheres de classes média e alta não denunciam
para preservar seu “status” e por terem medo de escândalos.
· Por achar que foi a culpada pela agressão;
· Pelo medo de retaliações do agressor;
· Por depender financeiramente do agressor;
·
Pelo constrangimento de ir a uma delegacia e relatar a desconhecidos
seu drama e de ter de passar por exames médicos invasivos;
· Pela falta de credibilidade em nossas instituições, acreditando apenas na impunidade do agressor.
Todos
estes argumentos só servirão para a continuidade das humilhações e
agressões e o terror que terá que passar ao lado de uma pessoa, que em
algum momento pode tirar até mesmo sua vida. Existem delegacias
especializadas no atendimento a mulheres.A REAÇÃO DEVE SER RÁPIDA E DETERMINADA. Não reagir, como dito no tópico acima, não é uma garantia que o marginal não faça nada com a vítima. O importante é observar a intenção do marginal e caso perceba que seu objetivo não é apenas seus bens, você deve fazer uma reação. Não há outra alternativa!
Reagir rapidamente! |
TRANSFORME O MEDO EM RAIVA. O senso comum de não reagir é uma praga arraigada em nossa sociedade. Não reagir é dar ao marginal o domínio da situação, tirando qualquer chance de sobreviver caso sua intenção seja tirar sua vida. Você esta sendo treinada para se tornar uma vítima. Transformar medo em raiva, não é atacar cegamente e sim transformar paralisia em ações.
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