domingo, 17 de julho de 2016

AIKIDO - A ARTE DE SER CRIANÇA


O texto de hoje foi encontrado no site do Prof Ivan Ferraz, que é professor de Aikido na Associação Sinnwa de Aikido, ligado à FEPAI (Federação Paulista de Aikido) e tem doutorado em Administração pela USP. O texto é curtinho e bastante agradável! As imagens foram adicionadas  apenas com o fim de divulgação. Boa leitura





Aikido - A arte de ser criança


Qual a sensação experimentada por uma criança que está aprendendo a dar os primeiros passos? Ela tem medo? Sente-se frustrada a cada queda? Todos nós já passamos por essa situação, mas não recordamos detalhes da experiência.

Iniciar o treinamento em Aikido nos leva muito próximo dessa sensação já esquecida. São frustrantes as primeiras tentativas de reproduzir os movimentos do Sensei. Aqueles mesmos movimentos que, por mera observação, julgáramos tão simples.

Muitos desistem nessa fase, freqüentam três ou quatro treinos e não mais aparecem. O estranho é que não há relatos de crianças que desistem de aprender a andar. Umas demoram mais, outras aprendem extremamente rápido, mas nenhuma desiste.

É verdade que a experiência não é exatamente a mesma. Se fosse, todos que iniciassem o treino de Aikido não desistiriam. Mas o que mudou não é o desafio, pois aprender Aikido é equivalente a aprender a andar. O que mudou é que já somos adultos e não temos mais o corpo, a mente e o espírito de crianças.

Um dia estava brincando com meu primo que na época tinha 5 anos e minha prima que acabara de completar 8 anos. Ganhava a brincadeira quem conseguisse deixar o braço mais relaxado. O julgamento de quem estava mais relaxado, obviamente, era meu.

Era incrível a capacidade que meu primo mais novo tinha de deixar o braço totalmente “solto”. Por outro lado, os três anos a mais de minha prima, já tinham reduzido consideravelmente sua habilidade em relaxar por completo.

Se apenas 3 anos já representam uma diferença notável, o que dizer de um adulto com 20, 30, 40, 50 anos ou mais, que está iniciando seus treinos no Aikido e ouve o conselho: “relaxe, não fique tenso”. É necessário muita força de vontade para superar essa fase inicial.

Quando as dificuldades iniciais forem superadas, surgirão outras, e essa superação constante das próprias limitações é que torna a prática tão importante.

Se, por um período, as responsabilidades da vida adulta não lhe permitem treinar várias vezes por semana, treine três, duas, ou até mesmo uma vez por mês, mas não desista nunca! Com certeza, seu esforço será recompensado depois de um bom tempo de prática, não importando sua idade ou condição física atual.

Treinar Aikido é sempre buscar ser uma pessoa melhor, relembrando como é ter a flexibilidade do corpo, a pureza da mente e a tranqüilidade do espírito de uma criança.
Ivan Roberto Ferraz
Praticante e professor de Aikido na Associação Shinwa de Aikido



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