domingo, 2 de novembro de 2014

REI HO- O porquê das reverencias no Dojo



Pesquisando na net achei um artigo bastante interessante na página Federação Mineira de Aikido, de autoria do sensei Lagares. O texto é bastante esclarecedor para aqueles que, por questão de foro intimo (religião, princípios) se sentem constrangidos em realizar a reverencia japonesa (se inclinar) perante outro praticante ou ao kamizá (lugar de honra).

Entretanto, reconhecemos que a questão é complexa e de foro íntimo. Assim sendo, recomendamos aos que mesmo assim se sentirem desconfortáveis em realizar o REI-HO, que solicitem entrar no tatame após esta reverencia haver sido feita e sair antes da mesma ser realizada.


Boa leitura!


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REI-HO-O porque das reverencias no Dojo 


        Diariamente, quando entro no Dojo BuTokuDen, coloco-me de joelhos (Seiza) e inclino-me à frente em Zarei (como numa reverência) até as costas ficarem retas paralelamente ao tatami, e retorno à posturaSeiza.
Também antes e após as aulas, juntamente com os alunos, de frente para o lado principal (Shomen) do Dojo, onde se localiza a foto do Kaisso (o fundador), fazemos Zarei de modo parecido, e batemos duas vezes as mãos.
Desconhecendo as origens desse comportamento, algumas pessoas que assistem a esse cerimonial imaginam tratar-se de alguma “espécie de rito de uma seita religiosa”, em função da postura e também do comportamento coletivo (uma vez que, de modo especial as religiões de origem judaico-cristãs impoem uma postura de joelhos no solo, para as orações).
Mas, o que fazemos não tem qualquer conotação religiosa, e a explicação que dou aos alunos é a seguinte: no Japão, onde nasceu o Aikido, não se usavam cadeiras e outros móveis domésticos. Era costume  sentar-se diretamente no chão (que era coberto de tatami) em Seiza e, a partir dessa posição, inclinar-se à frente, diminuindo-se o próprio tamanho, demonstrando humildade para mostrar respeito, cumprimentar, aprender, pedir, ou agradecer.
Ao juntarmos as mãos duas vezes, estamos apenas representando a união dos complementares “Yin” e “Yang” (o positivo e o negativo, em harmonia).
Por essa razão, ao entrar e ao sair do Dojo (um lugar absolutamente respeitável), sigo essa regra de etiqueta, mostrando humildade e gratidão, além de respeito por todos que me precederam neste Caminho, e jamais trato sobre qualquer religião em minhas aulas. Aikido é arte marcial, e não uma seita religiosa.

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