sábado, 28 de janeiro de 2017

O MEDO DE SER SUBSTITUIDO

"Não há problema em perder para o adversário.
Mas não se deve perder para o medo."

(Mr Miyagi)
Como discutimos na primeira parte do texto, pressupõe-se que a maioria das rejeições 
(no trabalho, nas amizades e nos namoros) ocorram no início de um relacionamento.
Entretanto, o que vemos na prática é que existe um tipo de rejeição que gera um medo bastante intenso: a substituição. Talvez porque  a possibilidade da substituição  nunca acaba. E isso é normal, pois todos podemos ser substituídos. Para alguns indivíduos, no entanto, essa situação pode apresentar consequências preocupantes e - em alguns casos- devastadoras.  A verdade é que precisamos de segurança. E admitir isso nem sempre é fácil.

Como já disposto antes, qualquer posição , seja num cargo na empresa ou num relacionamento  pessoal, nunca deve ser tomada como garantida e sempre é possível que novas ameaças surjam, independente do tempo de relacionamento pessoal ou profissional. Afinal ninguém é insubstituível.  Novos profissionais e métodos de trabalho podem aparecer e tornar o que fazemos obsoleto. A paixão pode esfriar, principalmente se o outro estiver passando por dificuldades no trabalho. Ter um certo nível de insegurança é normal e até desejável, afinal o medo de ser substituído é um dos fatores que nos faz valorizar nosso trabalho e nos destacarmos profissionalmente. Entretanto, em alguns casos esse medo fica descontrolado e algumas pessoas começam a adotar alguns comportamentos brutos do tipo:

Distanciamento

Às vezes até o herói precisa de ajuda
Mas pelo medo de parecer ridículo...ou fraco...
Não consegue admitir
Tanto do ponto de vista profissional quanto pessoal, não nos sentimos reconhecidos, mas somos inseguros para dizer isso. Tendemos a ficar mais frios com os chefes e principalmente com subordinados e clientes. Pode haver uma sabotagem branca : levamos mais tempo para realizar um serviço que normalmente faríamos rapidamente, por exemplo), dizemos que estamos ocupados. Podemos buscar outros parceiros tanto comerciais quanto íntimos. Enfim, queremos "machucar" quem ou o que mais queremos, quem ou que mais gostamos. E muitas vezes entramos no processo de negação: "Eu não preciso disso!" 

Necessidade de controle

E pare de me dizer pra ficar calmo.
Eu já estou calmo, caralho!
O medo de não sermos mais importantes é tamanho que adotamos uma postura de controle absoluto. Ficamos furioso com pequenos atrasos,  fazemos um cavalo de batalha por pequenas falhas na execução de tarefas, ficamos desagradáveis e estridentes. Essa postura de namorado grudento, de chefe mandão é horrível e evidencia 3 falhas nossas:

  1. Carência- queremos dizer ao outro (chefe, parceiro comercial ou conjuge) que estamos preocupados, que queremos que eles se importem conosco;
  2. Medo- queremos dizer a nós mesmos: "Eu me importo! Não posso perder esse cargo ou essa pessoa";
  3. Falha de comunicação- acabamos por dizer à outra pessoa exatamente o contrário do que queremos: "Você já me perdeu"!
Endiabramos
Você pode até pagar o salario de alguém
Mas se achar que é dono da pessoa pode se dar mal...
Como recurso final de toda essa neura, começamos a denegrir a pessoa/cargo que nos escapa: espezinhamos suas falhas, esquecemos os prós e reclamamos dos contras.  Tudo para evitar a pergunta que tanto nos perturba: "Será que ainda me querem pra essa função/emprego? Será que essa pessoa ainda me ama?" E ainda assim, se esse comportamento grosseiro e feio pudesse ser realmente compreendido, o que seria revelado seria uma pedido de "Ei, olhe pra mim! eu existo!

E a saída para evitar estes caminhos grosseiros?

Estou ouvindo...
Em relacionamentos não existe caminho certo. Existe o caminho que parece ter mais sucesso. E, nesse caso , talvez seja o de aceitar que ter medos e inseguranças é normal. Apenas é normal. E faz parte do ser humano trabalhar estes medos e evoluir. E que, para ajudar a trabalhar este medos, existem  três perguntas que se deve fazer a si mesmo:

  • Fiz TUDO o que me era possível e estava ao meu alcance para evitar essa situação?
  • Caso não tenha feito tudo...Estou disposto a fazer TUDO  que me é capaz na próxima ocasião?
  • Se eu não tiver condições de fazer TODO O POSSÍVEL, estou disposto a buscar ajuda ? A procurar os recursos necessários ou os profissionais necessários?
Se a resposta para as três perguntas for SIM, então desencana e sai de boa. Perdeu o cargo? Coisa melhor pode estar te esperando. Você pode usar o tempo livre para estudar, se qualificar mais. O seu hobby pode começar a dar dinheiro, pode ter mais tempo livre pra família, etc. Perdeu alguém íntimo? Aceite, deixe o outro ser feliz e siga em frente! 

Meu conselho é: Faça! Apenas faça!
Se não deu certo...desencana e parte pra outra
Boa sorte!


Felipe Albuquerque
Médico Veterinário, acredita que a arte marcial e a meditação 

são a chave para fazer mil e uma coisas, inclusive  a ler corpos.
Corintiano não praticante, um dia ainda vai dar a volta ao mundo.


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